O contentamento revela a graça de Deus em nosso coração. O outro lado disso também é verdadeiro, isto é, a murmuração e o descontentamento também revelam uma alma pertubada. Nós dificilmente levamos suficientemente a sério o nosso descontentamento e culpamos as pessoas quando sentimos que as coisas não estão saindo do nosso jeito. Mas um espírito descontente indica a existência de um problema espiritual mais profundo. Quando o descontentamento está presente, nós precisamos ficar atentos e refletir a respeito.

Façam tudo pronta e alegremente - nada de brigas e apelações! Apresentem-se imaculados para o mundo, como um sopro de ar fresco nesta sociedade poluída. Deem às pessoas um vislumbre de uma vida boa e do Deus vivo. Levem a Mensagem portadora de luz noite adentro, para que eu possa me orgulhar de vocês no dia em que Cristo voltar. Vocês serão a prova viva de que não trabalhei em vão. Filipenses 2.14-16

Vamos a detalhes do que essa passagem nos ensina. Em primeiro lugar, Paulo não defende guardarmos tudo dentro de nós e nunca compartilhar nossas lutas com nossos amigos. Paulo tinha conflitos profundos que compartilhava com os amigos, embora mantivesse sempre o compromisso de fazer a vontade de Deus.

Em segundo lugar, Paulo não proíbe que apresentemos nossas angústias e lutas reverentemente a Deus. Vemos nas Escrituras que santos fiéis do passado faziam isso. Dos trezes primeiros salmos, pelo ao menos três (Sl 6, 10 e 13) podem ser considerados "salmos de lamento", nos quais o salmista revela sua luta e se pergunta quando Deus agirá e virá socorrê-lo.

O ponto aqui é que há formas legítimias e ilegítimas de lamentarmos. Em meio à nossa inquietação, precisamos examinar duas coisas: a frequência e a intensidade de nosso lamento. Murmuramos a cada aflição ou só quando aparecem novas ferias na nossa vida? Nós lamentamos a Deus de forma sincera e confiante ou nossa murmuração reflete a desordem do nossa coração? No final, tudo se resume a isto: estamos permitindo que Deus seja Deus, o Soberano do universo que estabelece todas as coisas para o nosso bem e para a Sua glória? Ou achamos que Deus está à nossa disposição para suprir e organizar a nossa vida como nós achamos melhor?